sábado, 12 de setembro de 2009

Retrospectiva Heroes Parte I - Villains

Por Vanessa dos Santos
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Milo Ventimiglia Brasil e Bubble Wrapped Stories.
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A 3ª temporada de Heroes veio como a grande promessa de redenção da série depois do fracasso de “Generations”, e acabou virando uma grande bagunça, mas no final, na minha opinião, conseguiu trazer a série de volta aos eixos. Na verdade, a bagunça dessa temporada foi o volume “Villains”, e a volta aos eixos foi “Fugitives”, graças ao retorno de Bryan Fuller à sala dos escritores. Mas por que “Villains” virou um samba do herói doido e “Fugitives” levantou a qualidade da série, apesar de derrubar a audiência?

A idéia principal de “Villains” era muito interessante: explorar uma dúzia de vilões que escaparam da prisão no nível 5 da Companhia quando Sylar invadiu o local em busca dos poderes dos caras. Elle ficou “super-elétrica” em cima dele e causou um blackout que permitiu a fuga dos prisioneiros. Sylar, nocauteado, ficou preso lá e Angela apareceu do nada com a sua “mão da manipulação” para dizer a ele que era sua mãe biológica (?) e que o aceitava do jeito que ele era, ele só precisaria aprender a controlar sua “fome”, pois assim poderia ser um herói. Os problemas, para mim, começaram aí. Não que o Sylar não seja meu personagem favorito e eu não adore tudo que ele faça, mas toda vez que ele se aproxima de alguém de forma emocional, ele é manipulado igual a uma marionete, todos o usam e abusam, mentem, enganam, partem o coração do coitado. A mudança de Sylar foi tão repentina que acho que o público não gostou muito de ver seu maior vilão virar um patinho da noite pro dia na mão da Angela e de todo o resto só porque ela disse que era sua mãe. Ele não procurou nenhuma prova, nada, só acreditou, por isso essa mudança do personagem ficou muito fraca, sem um argumento sólido, como se fosse apenas a vontade do escritor e ponto.

Daí passamos para o Peter do futuro, que apareceu só para fazer algumas burradas como atirar no Nathan, mandar o Matt para a África, colocar o Peter do presente no corpo de um dos fugitivos do nível 5, Jesse, e é claro, dizer à Claire no telefone para ficar em casa em vez de ir ver seu pai baleado, fazendo com que ela estivesse sozinha em casa quando recebeu uma visita bem desagradável para ela, Sylar! Na que pra mim foi a melhor cena de todos os tempos em Heroes, antes de invadir a Companhia, Sylar foi à casa de Claire, em busca de seu poder de regeneração. Teve perseguição, medo, portas e janelas fechadas por telecinese, Claire dando uma facada em Sylar, mas no fim, ele acabou examinando seu cérebro com ela acordada sobre uma mesa, e isso foi simplesmente sensacional! O diálogo, então, nem se fala! Mas Peter do futuro também levou Peter do passado para ver a destruição em que se encontrava o mundo daqui a 4 anos, e o fez absorver o poder de Sylar, que por sinal havia se redimido e morava com seu filho de 4 anos, tudo para que Pete pudesse entender tudo e consertar o que havia dado errado. Mais burrice, Peter pegou o poder de Sy e voltou para o passado doidão, saiu abrindo cabeças, até...

Bom, outro problema! Tudo ficaria bem se eles tivessem seguido o que estavam fazendo. Eu até perdoaria a tentativa do Sy de virar um herói, porque afinal Gabriel Gray era um amor de pessoa, e toda essa história rendeu cenas muito legais como em “One Of Us One Of Them”, quando Angela mandou HRG e Sylar numa missão para capturar alguns dos fugitivos durante um assalto a banco com reféns. Só que Tim Kring e companhia mudaram do nada o foco, uns 3 episódios mostraram alguns fugitivos, e logo tudo se voltou para Arthur Petrelli, que não estava morto como todos pensavam, era dono de uma companhia chamada Pinehearst, e estava mexendo os pauzinhos para juntar as metades perdidas de uma fórmula que dava poderes a quem a injetasse. No futuro que Peter tinha visto, o mundo estava tomado por pessoas com poderes, pois essa fórmula havia sido comercializada, e era isso que ia levar o mundo à destruição. Mohinder havia tentado criá-la antes, e até conseguiu super-força e super-velocidade, mas acabou virando quase um inseto escamoso. Só que para a fórmula dar certo, era preciso um catalisador, a coisa mais ridícula que já vi em Heroes, uma luzinha laranja que estava originalmente na mãe do Hiro e ela a passou para Claire, mas Hiro voltou ao passado com Claire e fez com que a mãe passasse para ele. Arthur apareceu por lá também e roubou o catalisador de Hiro, voltando ao presente e finalmente completando a fórmula.

Nessa altura, Peter e sua burrice estavam sem poderes, já que o imbecil tinha ido atrás de quem havia deixado sua mãe num tipo de coma, apesar da insistência de Sylar para que ele não fosse sem saber com quem estava se metendo, e chegando lá, num abraço carinhoso Arthur havia tirado todos os seus poderes. Enquanto isso, Sylar tinha se envolvido com Elle, mas ao descobrir por HRG que Angela e Arthur não eram seus pais e que Elle sabia, ele a matou, o que simplesmente deixou os fãs de Heroes inconsoláveis. Eu quase taquei o computador pela janela quando vi aquilo, mas no fim das contas Sy percebeu que não podia confiar em ninguém e voltou a ser mau!

Arthur começou a comandar experiências da fórmula em soldados, quando Angela convenceu Peter que ele precisava matar o pai, com a ajuda do Haitiano, é claro, e ele enrolou e enrolou na hora H, até que Sylar apareceu e finalizou o serviço. No final, Sylar trancou a galerinha do bem na Primatech e virou Jigsaw, até causou a morte da mãe biológica de Claire, Meredith, mas a cheerleader meteu um vidro na nuca de Sylar, que apagou e todos ficaram livres. A Primatech pegou fogo e a Pinehearst, também, onde Peter e sua patotinha estavam tentando destruir a fórmula. Eles conseguiram, e Peter se injetou com ela antes de tudo explodir, conseguindo fugir voando com Nathan através do poder do irmão. Então... Onde estão os vilões que fugiram? Alguns até apareceram mais, como Knox, Doyle, Flinch, mas eles foram muito mal explorados e não foram nem de longe o foco do volume. A história ficou muito confusa e densa com todo o lance da fórmula, virou um samba, com muita coisa mal explicada, como o Eclipse que tirou os poderes de todos, argumentos fracos e sem nexo, além de furos bobos no enredo!

Nathan tinha virado religioso ao ressuscitar no hospital após levar uma bala de Future Peter (que também o ressuscitou) pra que ele não abrisse a boca sobre os poderes na coletiva, depois ficou tendo visões de Linderman e achou que era um fantasma, mas eram ilusões de Maury, o pai de Matt. Depois se envolveu com a irmã gêmea de Nikki, Tracy, que eu também não engulo! É totalmente bizarra a morte da Nikki numa explosão e ela aparecer inteirinha no caixão. Aí me aparece a irmã gêmea, parecendo até novela mexicana! Nathan e Tracy se uniram a Arthur no final e daí surgiu a confusão de “Fugitives”, mas chegamos lá depois! Hiro e Ando foram muito mal aproveitados, assim como Daphne, a velocista contratada por Arthur para roubar a metade da fórmula que estava com Hiro. Ela era uma ótima personagem que foi morta em “Fugitives” de forma revoltante que nem Elle! Matt ficou perdido na África, onde encontrou um africano que pintava o futuro como Isaac. Será que não chega dessa história de pintar futuro? Um personagem desnecessário para uma história desnecessária como essa de Matt na África. Arthur Petrelli foi um personagem patético que tentaram fazer onipresente e onipotente sem dar a ele uma base sólida. E o pior de tudo, mataram Adam Monroe!!!!

Aguardem pela parte II, que falará sobre "Fugitives"

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